sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Inventor

Eu não sou mais ninguém, nem desejo ser porra nenhuma. Nasci de uma gozada. De um grito dado em uníssono por meus pais. Tenho vinte e poucos anos e até agora nada. Mas te prometo, mundos e fundos. Acredite. Devo ter sido pedra em outra vida. Vocês sabiam que pedras tem vida? -É tem sim, ouvi dizer por aí. Elas tem sentimentos também, é verdade que são um pouco monótonas e vazias. Mas são tão felizes e isso é que importa não é mesmo?
Esses dias resolvi contar uma história prum conhecido, era verdade só uma parte, parte pequenininha. O resto era invenção. Inventar é melhor pois fica mais bonito. Já pensou se tudo fosse a descrição exata das coisas, das pessoas, dos fatos? -Seria chato de mais. Por exemplo hoje mesmo conheci um casal de meia idade e certa prosperidade. Não é melhor assim? ou vou ter de dizer que eles era chatos e pobres? pois essa era a verdade. Acho melhor dizer que eles se amavam, tinham choufer, me convidaram pra beber algo em sua amável casa de campo. A vida fica mais bonita assim. Por isso prefiro dizer o que queres ouvir, pois eu. Eu já deixo de buscar a vaidade só pra poder inventar umas histórinhas de vez em quando. Mas digo a verdade sempre. E a verdade sem é mais cruel e injusta com aos filhos de adão. Se não for pedir demais. Peço apenas umas coisas, peço que me ame e se possível me faça o mais feliz dos seres. Pois esse é meu desejo para convosco. E se você ler até aqui pode ter achado engraçado ou trágico. E qualquer forma se ter-lhe sido útil me sinto recompensado. E assim cumpro a missão de lhe deixar mesmo que de mentirinha feliz. Um minuto se quer.

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